Editorial

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Vamos gerir a escola com emoção?
RUIVO2012.JPGNa actual conjuntura de globalização, tem vindo a emergir o conceito de inteligência emocional, que nos convida a olhar para o indivíduo, não apenas enquanto ser racional, mas também, e paralelamente, como ser portador de emoções e afetos, já que, à luz dos estudos neurológicos mais recentes, o resultado do que somos, fazemos, pensamos e decidimos é fruto do que os sentidos recolhem e do que o intelecto processa.
Abre-se, então, uma nova perspetiva de gestão das organizações educativas, procurando desenvolver na formação dos gestores, de topo ou intermédios, as suas características de inteligência emocional, por forma a contribuir para um desenvolvimento harmónico da escola, dos seus recursos humanos e da comunidade em que se insere.
Reconhece-se, assim, que possuir características de inteligência emocional é um factor essencial a uma gestão eficaz dessas organizações educativas.
Ao longo da história da humanidade as emoções estiveram sempre presentes no quotidiano da vida dos povos. Apesar de nunca terem alcançado um lugar de destaque elas contribuíram para a evolução e preservação da nossa espécie, constituindo-se como parte do legado intelectual do que fomos, do que somos e do que queremos vir a ser.
No entanto, o mundo intelectual, do qual a inteligência emocional faz parte, nunca a reconheceu como elemento essencial à sobrevivência da nossa espécie, atribuindo-se quase sempre lugar de destaque à racionalidade que, procurando dominar sobre a emoção, deixou-a por explorar.
E é por isso mesmo que o conceito de gestão das emoções oferece novas respostas, capazes de revelar ao gestor de organizações educativas uma arquitetura cerebral que lhe permite reconhecer, entender, gerir e usar as emoções em si próprio e, muito especialmente, no relacionamento com os outros, privilegiando as relações pessoais, essenciais ao seu sucesso pessoal e profissional.
Ser gestor de uma instituição educativa, com o apoio dos pares e outros colaboradores, garantindo uma gestão administrativa e pedagógica que pretenda efetivamente reforçar a participação das famílias e das comunidades nos projectos educativos, isso pode ser conseguido com maior eficácia pelo gestor que reconhece e utiliza a inteligência emocional como forma de promover a felicidade interna da instituição.
É que a inteligência emocional é aquela que, para além de definir o nosso comportamento e as nossas atitudes, nos permite ser honestos connosco próprios e, consequentemente, com os outros. É a que nos possibilita termos consciência e entendimento acerca dos nossos sentimentos e dos das outras pessoas, de modo a que possamos expressar, potenciar e gerir as emoções para encarar os problemas como desafios, de modo realista, observando as diferentes partes e compreendendo os outros como parte dum todo, cujo retorno se reflete na gestão da instituição e nos indivíduos que a compõem.
Vamos gerir a escola com emoção? Vamos adoptar modelos próximos da gestão emocional, enquanto chave para o sucesso profissional e a satisfação pessoal? Porque dentro de uma comunidade educativa, importante mesmo é que as pessoas, independentemente dos diferentes papéis que aí desempenhem, se sintam realizadas e totalmente integradas como seres intelectuais, profissionais, emocionais, familiares e sociais.



 
 
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