Lopo de Carvalho recordado na Guarda
Cidade da Saúde
"O papel de Lopo de Carvalho na criação e construção
do Sanatório Sousa Martins deve ser evidenciado, recordado e
estudado, na medida em que a sua intervenção, e saber, foi
fundamental para a materialização de um projeto de onde resultou a
projeção da Guarda como cidade da Saúde".
A afirmação é de Hélder Sequeira e
foi feita no decorrer do VI Fórum sobre Toponímia que decorreu na
Guarda no passado dia 27 de Outubro, promovido pelo Instituto
Politécnico da Guarda.
"Aliás, como o jornal A Guarda
escrevia, na sua edição de 15 de Julho de 1922, "(…) O seu nome
consagrado ficou indelevelmente impresso e vinculado a essa obra
altruísta que é o Sanatório Sousa Martins que ele criou e orientou
(…)".
Para Helder Sequeira, "esforços de
Lopo de Carvalho, conjugados com o apoio recebido da Assistência
Nacional aos Tuberculosos, a que presidia a Rainha D. Amélia,
conduziram à construção do Sanatório da Guarda, inaugurado em 18 de
Maio de 1907".
O referido investigador, que há
vários anos se tem vindo a dedicar à história do Sanatório Sousa
Martins e ao trabalho dos seus diretores, lembrou que, numa
comunicação apresentada ao III Congresso da Liga Nacional Contra a
Tuberculose, em 1905, Lopo de Carvalho argumentava que "a
facilidade de comunicações, as comodidades" oferecidas pela Guarda
e "a sua a reputação de eficaz no tratamento da doença, apesar de
ali se ter feito apenas a chamada cura livre" faziam convergir a
necessidade da construção de uma adequada estrutura no combate à
tuberculose.
Helder Sequeira realçou ainda, que
a "Curabilidade da Tuberculose Pulmonar", trabalho apresentado no
Congresso de Medicina de Lisboa, "foi uma das suas mais aplaudidas
intervenções em reuniões científicas, na maioria das quais levantou
a bandeira das potencialidades da Guarda como cidade da saúde".
Lopo José de Carvalho era natural
de localidade de Tojal (concelho do Satão), onde nasceu a 3 de Maio
de 1857; frequentou a Universidade de Coimbra onde se licenciou em
Medicina no ano de 1883. "Com a fixação na Guarda (onde residiu até
à sua morte, em 6 de Julho de 1922) passou também a exercer as
funções de professor do Liceu, à semelhança do que aconteceu com
outras conhecidas figuras guardenses da época; cedo dedicou à causa
da luta contra a tuberculose e a empenhar-se, ativamente, na
criação de estruturas vocacionadas para o tratamento daquela
doença, assim como no estabelecimento de normas e regulamentos
sanitários", lembrou Helder Sequeira.
Este ano assinalou-se a passagem do 110
º aniversário da inauguração do
Sanatório Sousa Martins, em cujo parque funciona a atual unidade
hospitalar, como o mesmo nome