Politécnico

Secretário de Estado do Ensino Superior afirma
Ensino superior deve «pescar» no profissional

forum.jpgCom a demografia a ser um peso elevado para as instituições de ensino superior, sobretudo as do interior do país, devido à diminuição do número de jovens estudantes em idade de concluir os estudos do secundário ou profissional, o desafio dos politécnicos e das universidades passa por fazer com que mais estudantes possam ingressar em cursos superiores. A ideia foi defendida pelo novo secretário de Estado do Ensino Superior, Sobrinho Teixeira. "Uma das missões que têm que ter (as instituições de ensino superiores e as escolas profissionais) é fazer com que mais jovens que terminam o ensino profissional prossigam estudos no superior", disse.
O governante falava na sessão de encerramento do I Fórum Nacional do Ensino Agrário que juntou na passada sexta-feira, na Escola Superior Agrária de Castelo Branco, dirigentes de escolas profissionais e escolas superiores ligadas ao setor agrícola. "Enquanto que no ensino secundário na área científico-humanística cerca de 85% dos jovens entram no ensino superior, no profissional a percentagem não chega aos 20%".
Por isso, Sobrinho Teixeira defende uma maior aproximação entre os dois sistemas de ensino: "Tem que haver uma ligação entre os professores das escolas profissionais e das escolas superiores". Essa aproximação pode ser feita por via de vários projetos, até mesmo de investigação. "Todos ficarão a ganhar e, deste modo, pode-se potenciar que os alunos prossigam estudos. Conseguir levar por diante uma ação concertada para que mais jovens do ensino profissional prossigam estudos é importante", considerou.
Numa outra perspetiva, Sobrinho Teixeira disse que "a influência da mãe dos alunos é determinante para o prosseguimento de estudos dos filhos e na sua motivação. No caso do ensino profissional, os professores podem, muitas vezes, substituírem-se às mães. E se as escolas superiores agrárias e o ensino politécnico fizerem essa ligação, será muito benéfico".
As palavras de Sobrinho Teixeira vieram ao encontro do que também defendeu António Fernandes, presidente do Instituto Politécnico de Castelo Branco, o qual referiu que "não se podem desperdiçar" tantos alunos. O Secretário Estado abordou ainda o modo de acesso dos alunos do ensino profissional no ensino superior. "Eles não podem ser avaliados por matérias que nunca deram", frisou.
Sobre as escolas superiores agrárias (ESA's), Sobrinho Teixeira destacou "a introdução de conhecimento nos setores primário e secundário. Toda a investigação, mais cedo ou mais tarde, será utilizada". O governante deu como exemplo o setor vitivinícola. "A este setor valeu a introdução de conhecimento. A vossa missão (escolas agrárias) é introduzirem conhecimento nos processos. Este é um desafio nacional. Deste modo valorizaremos os nossos produtos". Sobrinho Teixeira daria ainda alguns exemplos onde esse conhecimento pode ser aplicado, quer para dar resposta às alterações climáticas, às doenças e pragas, quer no desenvolvimento da agricultura de precisão, precavendo o futuro com o conhecimento.

 
 
 
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