Aprender, Enseñar y evaluar en la era digital
La evaluación en un futuro cercano
Los alumnos de la era digital no conciben que un
profesor se pueda dedicar a recitar datos. Exigen, al menos
implícitamente, un docente que les ayude a la transformación
necesaria para ser ciudadanos del s. XXI, que los convierta en
productores y usuarios, antes que en consumidores pasivos del
conocimiento. Que les capaciten para saber sintetizar el sentido de
la información procedente de fuentes diversas, manejar una variedad
de herramientas para realizar sus tareas, discernir los mensajes y
significados de imágenes y vídeos y, cómo no, resolver problemas de
su vida cotidiana. Y no tanto a sobrevalorar la memorización
mecánica de la información disponible.
El currículo obligatorio que sirve de excusa habitual para
disculpar la falta de creatividad y alegar que deja muy escaso
espacio para la innovación educativa, no lo es tal. Aunque deba
contarse con él, cabe mucha originalidad y mucha más en la
evaluación. Para nada son "obligatorias" las pruebas objetivas, los
exámenes memorísticos ni se prohíben las autoevaluaciones o la
valoración en equipo… Queda mucho espacio para innovar en cuanto a
la evaluación y, si no lo hacemos, seremos vistos como lo harán los
siguientes protagonistas, adolescentes del futuro, en una narración
que realiza una docente, Andrea Cecilia Ramal, investigadora del
Centro Pedagógico Padre Arrupe de Río de Janeiro y autora de
"Histórias de Gente que Ensina e Aprende", sobre un escenario que
probablemente ocurra en menos tiempo del que ella misma
prevé:
"Estamos em 2069, num ambiente de estudo e pesquisa, antigamente
chamado de "sala de aula". Os aprendizes têm entre 12 e 16 anos e
conversam com o dinamizador da inteligência coletiva do grupo, uma
figura que em outras décadas já foi conhecida como "professor".
Eles estão levantando e confrontando dados sobre os Centros de
Cultura e Saberes Humanos (ou, como diziam antes, as "escolas") ao
longo dos tempos. Admirados, não conseguem conceber como funcionava
no século passado, um ensino que reunia os jovens não em função dos
seus interesses ou temas de pesquisa, mas simplesmente por idades.
O orientador de estudos lhes fala da avaliação: ela classificava os
alunos por números ou notas segundo seu desempenho e em função
disso eles eram ou não "aprovados" para o nível seguinte. Os
aprendizes ficam cada vez mais surpresos. Como determinar "níveis
de ensino?" Como catalogar "fases de conhecimento?" O que seriam
"etapas" escolares? Em que nó da rede curricular eles se baseavam
para fundamentar isso? A surpresa maior se dá quando descobrem que
essas avaliações ou "provas" eram aplicadas a todos os estudantes
do grupo. A MESMA PROVA? - espantam-se todos. Não conseguem
conceber uma situação em que todos tivessem que saber exatamente os
mesmos conteúdos, definidos por outra pessoa, no mesmo dia e hora
marcados.
"Eles não ficavam angustiados?" -comenta um aprendiz com outro-.
Os jovens tentam se imaginar naquela época: recebendo um conjunto
de questões a resolver, de memória e sem consulta, isolados das
equipes de trabalho, sem partilha nem construção coletiva. Os
problemas em geral não eram da vida prática, e sim coisas que eles
só iriam utilizar em determinadas profissões, anos mais tarde.
Imaginando a cena, os aprendizes começam a sentir uma espécie de
angústia, tensão, até mesmo medo do fracasso, pânico de ficar na
mesma série, de ser excluído da escola… "Assim eu não ia querer
estudar", diz um deles, expressando o que todos já
experimentam...Mas em seguida, envolvidos por outros temas da
pesquisa, o grupo inicia uma nova discussão ainda mais
interessante, e todos afastam definitivamente da cabeça aquele
estranho pensamento.
Nuestra autora indica a continuación que el único dato ficticio de
la narración es que transcurre en 2069 porque cree, como nosotros
mismos, que ese cambio ocurrirá inevitablemente en la escuela. Y,
ciertamente, podrá ser antes o después, el tiempo depende de los
profesores, de la visión más o menos abierta de las instituciones
educativas, pero en todo caso, las prácticas escolares
tradicionales no van a poder mantenerse en la era digital.
A eso aspiramos y a que la evaluación, incorporada como una
cultura de los centros educativos, se convierta en el mejor
instrumento de aprendizaje para estudiantes y docentes.
Florentino Blázquez Entonado
Profesor Emérito. Coordinador del Programa de Mayores de la Universidad de Extremadura