Universidade e Politécnico num só sistema
Ensino Superior: David Justino defende sistema único
O ex-ministro da
Educação, David Justino, defendeu a unificação dos dois
sub-sistemas de ensino superior (universitário e politécnico) num
só. Uma medida que na sua perspectiva iria potenciar os recursos
existentes.
David Justino abordou a
questão durante o 31º aniversário do Instituto Politécnico de
Castelo Branco (IPCB), o qual decorreu no passado dia 28, na Escola
Superior Agrária albicastrense e foi presidido pelo secretário de
Estado do Ensino Superior, João Queiró.
No entender de David Justino,
"a actual lei de bases já não corresponde aos novos desafios de se
gerir melhor os recursos disponíveis. É importante que exista
mobilidade desses recursos e não se percebe porque é que um docente
de um politécnico não possa dar aulas numa universidade, por
exemplo".
O ex-ministro da Educação (na
época não tutelava o ensino superior) considera que a questão da
atribuição do grau de doutor (agora reservada às universidades)
deveria ser ultrapassada por critérios concretos. A um corpo
docente altamente qualificado, David Justino acrescentou "a
investigação científica. Só poderiam dar doutoramentos as
instituições que tivessem capacidade de desenvolver investigação
científica. Aquilo que verifico é que há universidades que não têm
condições e atribuem os doutoramentos, e há politécnicos com
condições que não o podem fazer por imposição da lei".
Na sua conferência, David
Justino mostrou-se contra o encerramento de instituições de ensino
superior. "Mas defendo que há cursos que devem encerrar. No futuro
há muitas instituições que têm que sacrificar alguns cursos para se
salvar. Isto não significa que devam salvar os cursos que neste
momento têm mais alunos, mas sim aqueles que são estratégicos para
o futuro do país".
No entender de David Justino,
que além de docente na Universidade Nova é também assessor do
Presidente da República, "a sociedade não está a conseguir criar
oportunidades para os jovens e para o sucesso deles na escola.
Muitos têm que encontrar fora do país o que aqui não lhe
conseguimos dar".