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Peça encontra-se em Castelo Branco e será aberta ao público
Museu de Nova Iorque destaca obra de Didier Faustino

monumento cópia.jpgO modelo da peça arquitetónica "Starway to heaven", cuja estrutura original está situada em Castelo Branco, está em destaque no MoMA - Museu de Arte Moderna de Nova Iorque. Da autoria do arquiteto Didier Fiuza Faustino, a peça vai agora ser concluída e aberta ao público, sendo ainda requalificada a sua área envolvente.

A estrutura em betão, que ainda hoje é tema de conversa dos albicastrenses, tem sido apresentada em todo o mundo por Didier Faustino e é uma referência internacional da arte moderna, tendo sido elaborada no âmbito do Prémio Tabaqueira de Arte Pública.

O arquiteto esteve em Castelo Branco com os responsáveis da Tabaqueira para uma reunião de trabalho com o presidente da autarquia albicastrense, e vai agora elaborar um projeto para a zona envolvente à estrutura situada na Devesa. De igual modo irá definir a conclusão da obra, sobretudo no seu interior.

Didier Faustino revela que "a peça conta uma história de ambiguidade, no sentido de se saber a quem pertence o espaço público. A ideia passou por apresentar um extrato de uma situação banal, como uma escadaria de um prédio, e colocá-la como monumento no espaço público". O arquiteto acrescenta a peça pretende ser um monumento dedicado aos seus utilizadores quem o irá visitar.

O arquiteto afirma que a peça vai ser aberta ao público, após uma intervenção. "Esta estrutura foi desenhada há 10 anos. A ideia é utilizar cores quentes no seu interior, como o dourado, de modo a que haja um contraste entre o frio do betão (por fora) e o quente no seu interior". Para além da abertura ao público, a peça terá uma explicação sobre aquilo que ela representa. De igual modo, diz, "os visitantes poderão ver a cidade de uma outra perpetiva".

fiuza2 cópia.jpgO presidente da Câmara de Castelo Branco pretende ter o espaço e a estrutura aberta ao público a curto prazo. "Trata-se de uma obra de arte pública que foi oferecida a Castelo Branco pela Tabaqueira, a qual suportou os custos da obra. Acontece que a peça nunca foi terminada. O arquiteto e autor da estrutura esteve em Castelo Branco e agora iremos concluí-la até ao final do ano", diz Joaquim Morão.

Didier Faustino refere que esta é uma das suas principais obras. "Há três peças no mundo que são muito comentadas: uma que fiz para Veneza e que simboliza um contentor para transportar pessoas clandestinas; a de Castelo Branco - que questiona se o espaço público é ou não de todos; e uma outra que fiz para a China e que também está exposta (em modelo) no Museu de Nova Iorque, a qual simboliza um espaço publicitário vazio, em que já ninguém fala com ninguém", diz.

No entender de Didier Faustino, o modelo à escola e a fotografia patentes num dos melhores museus de arte moderna do mundo, revela que o tempo é um bom aliado nestas coisas da arte. "O tempo é um bom aliado dos projetos mais difíceis. A peça foi pensada de uma forma antecipatória de uma situação global, que fala de questões políticas, de partilha, de saber a quem é que pertence o espaço público. É esse o jogo da peça", explica.

 
 
 
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