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D. QUIXOTE.
Stoner, de John Williams. O Stoner do título é o
protagonista deste romance - um obscuro professor de literatura,
que até ao dia da sua morte dá aulas numa obscura universidade do
interior americano. A sua vida, brevemente descrita nos dois
primeiros parágrafos, oferece um triste obituário. O que se segue,
numa prosa precisa, despojada, quase cruel, é a sucessão dos
falhanços de uma personagem que perde quase tudo menos a entrega à
literatura. O romance foi publicado em 1965, e caiu no
esquecimento. Passados quase 50 anos, porém, o mesmo cego amor à
literatura que movia a personagem principal levou a que a obra
fosse resgatada
LEYA.
Uma Outra Voz, de Gabriela Ruivo Trindade. João José
Mariano Serrão foi um republicano convicto que contribuiu
decisivamente para a elevação de Estremoz a cidade e o seu
posterior desenvolvimento. Solteiro, generoso e empreendedor como
poucos, abriu lojas, cafés e uma oficina, trouxe a eletricidade às
ruas sombrias e criou um rancho de sobrinhos a quem deu um lar e um
futuro. É em torno deste homem determinado, mas também secreto e
contido, que giram as cinco vozes que nos guiam ao longo destas
páginas, numa viagem que é a um tempo pessoal e colectiva, porque
não raro as estórias dos narradores se cruzam com momentos-chave da
história portuguesa.
CASA
DAS LETRAS. A Peregrinação do Rapaz sem Cor, de
Haruki Murakami. Nos seus dias de adolescente, Tsukuru Tazaki
gostava de ir sentar-se nas estações a ver passar os comboios.
Agora, com 36 anos feitos, é engenheiro de profissão e projeta
estações, mas nunca perdeu o hábito de ver chegar e partir os
comboios. Leva uma existência pacífica, que talvez peque por ser
demasiado solitária, para não dizer insípida, a condizer com a
ausência de cor que caracteriza o seu nome. A entrada em cena de
Sara, com o vestido verde-hortelã e os seus olhos brilhantes de
curiosidade, vem mudar muita coisa na vida de Tsukuru.