Gente e livros
Svetlana Aleksievitch
«O comunismo tinha um
plano louco - transformar o homem antigo, o vetusto Adão. E isso
foi conseguido... foi talvez a única coisa que se conseguiu.»
In «O fim do homem soviético»
Svetlana Aleksandrovna Aleksievitch
é a mais recente Nobel da Literatura. Escritora e jornalista
bielorrussa, de 67 anos, foi galardoada com o prémio este ano,
"pela sua escrita polifónica, monumento ao sofrimento e à coragem
na nossa época", refere a Academia Sueca.
Trata-se da primeira jornalista a
ser distinguida com o Prémio Nobel da Literatura.
Da autora, foi publicado este ano em
Portugal o livro "O fim do homem soviético - um tempo de
desencanto", da Porto Editora. A chancela refere que "ao longo de
35 anos, Svetlana Aleksievitch tem escrito sobre a identidade
russa, sobre o seu passado e futuro".
É considerada uma das autoras mais
prestigiadas a escrever sobre a URSS e os seus trabalhos têm
recebido uma enorme aceitação por parte da crítica.
Com pai bielorrusso e a mãe
ucraniana, a escritora nasceu em Stanislav, hoje Ivano-Frankivsk,
na Ucrânia, mas cresceu na Bielorrússia.
Entre 1967 e 1972, Svetlana
Aleksievitch estudou jornalismo na Universidade de Minsk. Após
completar o curso mudou-se para Beresa, na província de Brest, onde
trabalhou no jornal e escola locais.
Mais tarde, Aleksievitch conseguiu
voltar para Minsk, onde trabalhou na Sel'skaja Gazeta.
Numa entrevista recente, a escritora afirma que não está a
"tentar produzir um documento, mas a esculpir a imagem de uma era".
"É por isso que demoro sete a dez anos a escrever cada livro",
confessa.
Tiago Carvalho
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