Editorial
Escola: inteligência ou emoção?
A inteligência emocional é aquela que,
para além de definir o nosso comportamento e as nossas atitudes,
nos permite ser honestos connosco próprios e, consequentemente, com
os outros.
É a que nos permite termos
consciência e entendimento acerca dos nossos sentimentos e dos das
outras pessoas, de modo a que possamos expressar, potenciar e gerir
as emoções para encarar os problemas como desafios, de modo
realista, observando as diferentes partes e compreendendo os outros
como parte dum todo, cujo retorno se reflete na gestão, na
instituição escolar e nos indivíduos que a compõem.
Está, assim, a observar-se uma nova
transformação social: do mesmo modo que a Era Industrial deu lugar
à Era da Informação, esta está a dar lugar à Era Conceptual, uma
vez mais pela ação da riqueza, do progresso tecnológico e da
globalização.
Sendo certo que o nosso hemisfério
esquerdo está associado às características da Era da Informação e o
nosso hemisfério direito à Era Conceptual, tal não significa o
domínio de um sobre o outro.
Ao invés, pretende-se estabelecer
um novo equilíbrio, dado que as diferenças vincadas entre os dois
hemisférios nos fornecem uma metáfora poderosa para interpretarmos
o presente e nos orientarmos no futuro.
Ao contrário do elemento físico, o
elemento intelectual pode ser sempre desenvolvido. Podemos parar de
nos desenvolver fisicamente, algures entre os dezoito e os vinte e
cinco anos, mas o desenvolvimento emocional prossegue até
morrermos. Para tal basta aprender e treinar as aptidões e as
competências que o compõem.
São conhecidos inúmeras as
estratégias, métodos e modelos. Porém, o que importa é estar
consciente da importância do "calor humano" nas cadeiras do
poder.
Os gestores escolares
contemporâneos, para além da necessidade de se encontrarem consigo
próprios, terão que permitir aos outros colaboradores da comunidade
escolar oportunidades e meios para o seu próprio crescimento, pelo
que as instituções educativas que não incorporarem atempadamente a
inteligência emocional no local de trabalho, poderão fracassar,
pela impossibilidade de procederem à transição para o paradigma da
escola de aprendentes do século XXI.
Se esta nova inteligência, a
inteligência emocional, nos permite aceder às competências que irão
marcar o ritmo da vida moderna, resta-nos adotá-la num novo modelo
de gestão: a Gestão Emocional, como a chave para o sucesso
profissional e a satisfação pessoal.
Neste enquadramento, o gestor ou
líder do grupo organizacional, não pode subestimar o poder da sua
«tribo», ignorando as emoções colectivas. É que essas emoções são
contagiantes e, por isso mesmo, é natural que as pessoas prestem
mais atenção aos sentimentos e às atitudes comportamentais do seu
líder.
Não obstante o modelo seleccionado,
a eficácia do desenvolvimento da inteligência emocional é hoje
considerado um factor de sucesso das lideranças.
Daí que acredite que, ao tornar
mais emocionalmente positivas as escolas, estamos a contribuir para
a existência de pessoas (docentes, alunos, pais…) mais felizes e de
um mundo melhor.