Fotossíntese nas plantas
Coimbra em estudo inovador
Após cinco anos de complexos estudos e mais de 30
milhões de horas de cálculo em supercomputadores europeus, uma
equipa internacional de cientistas, na qual participam
investigadores do Departamento de Física da Universidade de
Coimbra, conseguiu simular o processo de captação de luz da
gigantesca estrutura de moléculas - a "antena" designada por
"Light-Harvesting Complex II" - envolvida no primeiro passo da
fotossíntese nas plantas.
Os resultados da pesquisa, já
publicados online, e que serão a manchete de uma próxima edição da
revista Physical Chemistry Chemical Physics, são importantes para
"perceber como a Natureza resolveu o problema de captar e utilizar
a energia do Sol. E fê-lo de uma forma extraordinariamente
eficiente... muito melhor que os atuais painéis fotovoltaicos",
avança o coordenador da equipa portuguesa, Fernando Nogueira.
Neste estudo, os investigadores
identificaram, através de um cálculo sem precedentes, quem faz o
quê nesta gigante e intrincada espécie de rede de clorofilas: "só
uma molécula de clorofila tem o papel principal na estrutura do
fotossistema. Todas as outras funcionam como antenas de captação de
energia, transferindo-a de imediato para a molécula central que é
onde se dão os passos seguintes do processo", relata o especialista
em Física Computacional da UC.
A forma como se processa a
transferência de energia para o centro da reação é ainda um enigma
para os cientistas e, por isso, "perceber como é que estas antenas
transmitem a energia para a molécula central do fotossistema é o
próximo passo da investigação. Recolhemos uma enormidade de
informação que é necessário destrinçar", afirma Fernando
Nogueira.