Universidade

Jorge Sampaio na Universidade de Évora
Refugiados e o ensino

uevorasampaio.JPGJorge Sampaio, antigo Presidente da República Portuguesa, defendeu, na Universidade de Évora, no passado dia 12, que "o acesso à educação superior por parte dos refugiados, não é apenas um direito, mas um poderoso vetor de esperança, para os estudantes, suas famílias e comunidades".
O antigo Presidente da República falava no âmbito da conferência "Refugiados no Mundo e a criação de um mecanismo de resposta rápida para a educação superior nas emergências", organizada pelo CICS.NOVA.UÉVORA.
A reflexão centrou-se na problemática dos refugiados e das dinâmicas de (des)entendimento global. Em 2013, Jorge Sampaio, lançou a Plataforma Global para os Estudantes Sírios, que pretende alertar para a necessidade de "fazer mais, melhor e mais depressa, para reforçar o Ensino Superior em situações de emergência". Mais recentemente, em março último, propôs na ONU um mecanismo para reforçar o sistema de Ensino Superior em situações de emergência, alertando para o facto de que na Síria já se perdeu uma geração de licenciados após o início do conflito.
Esta aposta na formação superior é, na opinião de Jorge Sampaio, "uma forma de os ancorar a uma dinâmica positiva, contrapondo-se ao desespero e ao fomento de insatisfações". Na sua perspetiva, "criar essas oportunidades é também começar a preparar a paz", permitindo "desenvolver uma nova geração de líderes capazes de reconstruir o estado e a sociedade".
Num mundo cada vez mais global, a exigência das organizações mundiais perante estes conflitos aumenta, mas a resposta por parte destas organizações "tarda a chegar", afirma Jorge Sampaio, explicitando que "não se tem feito o suficiente em termos de esforços diplomáticos para a mediação dos conflitos e a procura de soluções negociais" e que "nem o sistema das Nações Unidas nem as instâncias europeias têm sabido ou tem podido exercer influência significativa na prevenção e resolução dos conflitos". Neste sentido é sua convicção que o "multilateralismo tem de ser reforçado e não dispensado".
Em relação aos desastres naturais que geram igualmente situações de emergência humanitária, Jorge Sampaio referiu o caso do Haiti, atingido recentemente pelo furacão Matthew, que causou pelo menos 473 mortos e milhares de desalojados, frisando a necessidade de haver "uma resposta urgente" por parte da comunidade internacional.

 
 
 
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