Pela objetiva de j. vasco
Fui ao teatro
Fui ao teatro, no
Auditório Municipal António Silva, no Cacém, arredores de Lisboa,
ver a peça MEDEIA, de Jean Anouilh, encenada por Renata Portas,
encenadora e diretora artística da companhia teatral Público
Reservado, sediada no Porto, numa coprodução entre o Teatro
Municipal do Porto - Rivoli e o Teatro Mosca, de Sintra.
"A peça abre com uma deslocação: Medeia habita agora numa
roulotte. Reduzida a um lugar de desolação e bas-fond, o que
resta da sacerdotisa grega? Resta-lhe a eloquência, a tragédia da
linguagem não ser suficiente para reter Jasão, a fúria de não
habitar lugar nenhum - nem a roulotte, nem Corinto, nem a Cólquida.
Esta "Medeia" é um ato de coragem e abandono - uma coragem que se
inflama na destruição de si e dos outros, e no abandono de tudo
(inclusive do corpo, último vaso). Sem amor vale a pena viver?".
Numa altura em que se discute o orçamento de estado para 2018,
relembrar e defender o apoio à cultura, principalmente fora dos
grandes centros urbanos, nunca é demais.