Docente da EST colabora
Castelo Branco nas regras de ética para robôs
O docente da Escola Superior de Tecnologia de
Castelo Branco, Paulo Gonçalves, está a participar na produção de
normas sobre ética em robôs. Recentemente esteve em Berlim num
congresso internacional, onde a questão foi discutida.
Na prática procura-se "incluir, de forma explícita, valores éticos
no projeto e desenvolvimento de sistemas autónomos e inteligentes,
para que estes possam interagir de forma adequada com o ser
humano", revela o IPCB.
De 1 a 3 de outubro Paulo Gonçalves esteve em Berlim, na Alemanha,
onde participou em vários workshops no âmbito da iniciativa global
do IEEE para produzir uma série de normas sobre ética em sistemas
autónomos e inteligentes.
A questão, complexa, foi discutida por 70 investigadores
internacionais, das mais variadas áreas, como a engenharia,
tecnologia, medicina, filosofia ou advocacia, entre outras. De
acordo com o IPCB, o docente albicastrense deu o seu contributo "na
área da representação formal do conhecimento, para que os sistemas
autónomos e inteligentes de robótica e automação possam incluir
valores éticos".
A importância da criação e aprovação de normas éticas está ligada
àquilo que os humanos esperam dos robôs. "Atualmente, estão em
desenvolvimento novas máquinas e sistemas para ajudar e auxiliar os
seres humanos em várias atividades do dia a dia, quer a nível
profissional, quer a nível do lazer", revela a nota de imprensa do
Politécnico. No fundo, procura garantir-se "que estes sistemas
sejam aceites e estejam alinhados com o que esperam os vários
stakeholders, em termos de benefícios e bem-estar dos seres
humanos". Para que isso suceda, são necessários conceitos de ética
aplicada à engenharia.
O encontro permitiu estabelecer definições "que permitem uma
comunicação precisa entre especialistas de diferentes domínios,
incluindo robótica, automação e ética e ainda a comunicação clara e
não ambígua, não só entre humanos, mas também entre máquinas e
entre a máquina e o humano, baseada em formulação lógica
matemática".
Neste momento estão também em desenvolvimento 11 novas normas. O
IPCB fala na "definição de processos para abordar as questões
éticas no projeto de sistemas; na transparência na decisão dos
sistemas autónomos; no processo de privacidade de dados; no
processo relacionado com os agentes autónomos com inteligência
artificial que tratam dados pessoais; ou em métricas de bem-estar
humano a serem usadas por sistemas éticos de inteligência
artificial e sistemas autónomos".