Prémio Jacques Delors
UMinho vezes seis
Sergio Maia, investigador da Universidade do Minho,
acaba de ser distinguido com o Prémio Jacques Delors 2018 'Melhor
Estudo Académico sobre Temas Comunitários', atribuído pelo Centro
de Informação Europeia Jacques Delors, pelo trabalho 'A razão
pública da União de direito - da juridicidade à democratização
social', que já foi publicado.
"É uma enorme alegria receber este
Prémio, que valoriza o meu percurso e a UMinho e, por outro lado, é
mais um estímulo para prosseguir as minhas investigações", diz
Sérgio Maia. "Não estava à espera do prémio. Acho que nenhum
investigador está, pois, a preocupação principal é difundir as
ideias e fazer boa ciência, o resto aparece como resultado da
dedicação intelectual", acrescenta. É a sexta vez que o galardão
distingue o ensino e a investigação em Direito da UE desenvolvidos
na UMinho, após Mariana Canotilho (2011), Sophie Perez Fernandes
(2012, 2017), José Cabrita Vieira Cunha (2013) e Filipa Fernandes
(2014).
A obra premiada baseia-se na
dissertação de mestrado de Sérgio Maia e visou encontrar um
conjunto de valores jurídicos que influenciam o funcionamento
político da UE. O autor concluiu que valores ligados a direitos
sociais foram diminuídos pela recente crise económica. "Essa crise
causou atrito na relação entre os direitos dos cidadãos e a UE; é
preciso resgatar os valores já presentes nos tratados para haver
uma efetividade dos direitos sociais", nota.
Para o investigador, o Pilar
Europeu dos Direitos Sociais, proposto no fim de 2017 pela Comissão
Europeia, apenas há pouco tempo começou a ganhar um corpo de normas
concreto, com a aprovação de diplomas sobre o equilíbrio entre a
vida privada e a vida profissional e sobre a transparência das
cláusulas de contratos de trabalho. Mas tem diretrizes gerais para
responder a esses dilemas. "Isso pode reforçar a ideia de coesão e
proteção, como as prestações de segurança social e a transferência
de verbas sociais, desde que haja vontade política nas
instituições", realça.