Escolas
Colocação de professores: escolas e ministério entenderam-se
A Associação
Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas concluiu
no dia 23 de setembro, após uma reunião no Ministério da Educação,
que a polémica em torno da colocação de professores terá surgido de
"erros de interpretação" da lei.
À saída do
encontro, convocado de urgência, o presidente da associação,
Adalmiro Botelho da Fonseca, manifestou-se convicto de que a lei
foi cumprida.
"Analisámos todo
o processo e ficou tudo esclarecido", disse o dirigente,
justificando: "Terão havido alguns equívocos na interpretação da
lei, mas os normativos foram cumpridos" pelas escolas e pela
Direção-Geral de Recursos Humanos da
Educação.
Os equívocos,
prosseguiu, "foram da leitura da lei de quem concorreu e se sentiu
lesado".
Aldamiro Fonseca
considerou que os professores "provavelmente não leram os
normativos com a atenção devida".
No final da
reunião, reiterou as explicações dadas pelo secretário de Estado do
Ensino e Administração Escolar, João Casanova de Almeida, segundo o
qual os horários disponibilizados através da bolsa de recrutamento
terão a duração das necessidades das
escolas.
"O contrato é, no
mínimo, de 30 dias e termina quando terminarem as necessidades das
escolas", afirmou.
O diretor disse
ainda que não houve qualquer falha na aplicação informática usada
para este efeito.
"Saímos daqui
completamente esclarecidos e abertos para o trabalho que há a
fazer", declarou, acrescentando que o ministro, Nuno Crato, esteve
presente em parte da reunião, da qual sairá "um comunicado
conjunto".
Casanova de
Almeida falou igualmente aos jornalistas para dizer que o processo
de colocação em causa decorre em dois momentos, através da bolsa de
recrutamento e da contratação de escola, "nada tendo sido alterado"
desde o ano passado.
Garantindo o
"escrupuloso cumprimento" da lei, o governante prometeu colocar no
sítio eletrónico do ministério um esclarecimento sobre todas as
fases do processo para que não restem
dúvidas.
"Ninguém foi
lesado nesta fase de contratação", sustentou, considerando que a
colocação de professores está a ser feita "com toda a
tranquilidade".
Questionado sobre
a contestação agendada para hoje à tarde pela Federação Nacional
dos Professores (FENPROF), o secretário de Estado afirmou que o
Ministério da Educação e Ciência "privilegia o diálogo", mas não
recebeu qualquer pedido de audiência.
"Conhecem as
agendas, a do senhor ministro e a minha, e sabem que não seria
possível organizar uma audiência em tão curto espaço de tempo",
disse.
A FENPROF
prometeu permanecer na avenida 05 de outubro até o problema que
opõe sindicatos e ministério ser
resolvido.
O secretário de
Estado chamou às instalações do Palácio das Laranjeiras os
dirigentes escolares, recebendo esta tarde o presidente do Conselho
das Escolas, Manuel Esperança, e o presidente da Associação
Nacional de Dirigentes de Escolas, Manuel
Pereira.
Texto escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico