Politécnico

Instituições preocupadas
Cortes orçamentais: Politécnico podem ter que despedir docentes

O presidente do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP), Sobrinho Teixeira, admitiu que estas instituições podem vir a dispensar docentes contratados devido aos cortes no Ensino Superior.
Os anunciados cortes para 2012 são de 8,5 por cento, a que se somam mais 2,5 por cento de cativação.
"Confesso que nós não estávamos à espera de um corte com esta expressão", disse o presidente do CCISP, admitindo a "dispensa de algumas pessoas".
Segundo o responsável, a medida só deverá ter efeitos a partir do próximo ano letivo e deverá recair sobre os professores contratados, nomeadamente a tempo parcial, já que os funcionários têm normalmente um vínculo mais estável.
O representante dos politécnicos referiu que "só no final do ano se saberá qual o número de docentes a dispensar ou se haverá necessidade de tomar esta medida".
Sobrinho Teixeira explicou que as instituições ainda têm esperança que o Governo reveja os cortes e que o financiamento da União Europeia para formação e cursos possam atenuar esta realidade, porém só em novembro saberão com quanto podem contar de Bruxelas.
 "No próximo ano letivo, em função da resposta que vier e da oferta formativa, iremos ver se teremos de dispensar algumas pessoas num processo de reformulação do ensino dentro de cada instituição", disse, garantindo que "será um processo transversal a todas as instituições de ensino superior".
Para o presidente do CCISP, o corte de 8,5 por cento para 2012 foi "inesperado porque não era sequer mencionado no memorando da 'troika' qualquer necessidade de intervenção no Ensino Superior".
"Para além disso, no último ano, nenhum dos institutos politécnicos apresentou desvios orçamentais, todos cumpriram o orçamento que tinham e o Ensino Superior no seu conjunto, através da capacidade que tem de angariar receitas próprias, conseguimos gerar para o país mais de 16 milhões de saldos", acrescentou.
Sobrinho Teixeira sublinhou que "há muitas instituições em que mais de metade do seu orçamento já é proveniente de receitas próprias", mas também aqui acusa o Estado de estar a "cortar a autonomia" do Ensino Superior.
Segundo disse, as instituições são obrigadas a entregar às finanças no final do ano, como se de um 'superavit' se tratasse, o dinheiro que a União Europeia disponibiliza, muitas vezes só em novembro, para pagar as bolsas durante todo o ano de estudantes como os da América Latina que frequentam o IPB no âmbito do projeto Erasmus Mundus.

Texto escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico
 
 
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