Leiria
Nuno Mangas contra cortes
O presidente
do Instituto Politécnico de Leiria (IPL), Nuno Mangas, criticou, no
passado dia 7, os cortes previstos pelo Governo no orçamento
destinado ao ensino superior e admitiu ter de reduzir cursos
e custos com pessoal.
"Era a última coisa que
gostaria que acontecesse e vamos lutar para que não aconteça",
disse Nuno Mangas, sublinhando que há duas hipóteses caso o cenário
dos cortes se mantenha: "racionalizar a oferta de cursos e baixar
os encargos com pessoal".
Segundo Nuno Mangas, "é
facilmente entendível que se se reduz a fatia do orçamento de
Estado, se não podemos aumentar as propinas e se nos vêm buscar
parte das receitas que geramos, tem de haver diminuição de
custos".
Antes do início do ano letivo
o IPL já avançara com "a redução de créditos horários para
exercício de cargos" e com o corte "no número de dispensas de
pessoas para doutoramentos", para além da dispensa de alguns
professores.
"Medidas de antecipação" que
o presidente do instituto teme que "não sejam suficientes", já que
"o corte é brutal", disse.
Em causa está o anúncio de um
corte de 8,5 por cento no orçamento de Estado destinado ao ensino
superior e à obrigação de criar uma reserva de 2,5 por cento, na
qual as instituições não podem tocar.
O presidente do IPL entende
que seria mais justo que os cortes fossem definidos caso a
caso.
"Não se olhou para a
realidade de cada instituição, para os alunos que cada uma possui:
o IPL é dos institutos com menor financiamento por aluno no país e
sofre o mesmo corte", exemplifica.
A Federação Nacional dos
Professores (Fenprof) já alertou para algumas das consequências dos
cortes: o despedimento de docentes "convidados ou com outros
vínculos precários", diminuição da "qualidade de ensino" e "de
apoios sociais aos estudantes e o aumento dos encargos das
famílias".
As declarações de Nuno Mangas
foram feitas à margem da tomada de posse do novo diretor da Escola
Superior de Saúde, José Gomes, o primeiro diplomado por uma escola
do IPL a exercer funções de diretor de uma unidade do
instituto.
Fundado há 30 anos, o IPL
representa atualmente cerca de 95% do ensino superior do distrito
de Leiria e abrange uma comunidade de mais de 12.000 estudantes,
cerca de 900 docentes e mais de 300 funcionários técnicos e
administrativos.
Está distribuído pelas
cidades de Leiria, onde se localiza a sua sede, Caldas da Rainha e
Peniche, e organizado em cinco campus: Escola Superior de Educação
e Ciências Sociais, Escola Superior de Tecnologia e Gestão, Escola
Superior de Saúde, Escola Superior de Artes e Design de Caldas da
Rainha e Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar de
Peniche.
Texto escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico