Sai um cheque ensino?
O secretário de Estado do Ensino
Básico e Secundário, João Grancho, reafirmou, em reunião com a
Confederação Nacional das Associações de Pais (Confap) a aposta na
liberdade de escolha das famílias, quanto às escolas dos filhos, e
não excluiu a hipótese de ela se materializar no "cheque
ensino".
Ainda que tenha afirmado que a
liberdade de escolha "não se traduz necessariamente no
cheque-ensino", a hipótese não ficou excluída. O governante não
adiantou, no entanto, qualquer pormenor em relação à forma como o
Estado vai apoiar financeiramente essa liberdade de escolha das
famílias.
Recorde-se que o ministro da
Educação, Nuno Crato, anunciou que o Conselho de Ministros aprovou
o novo Estatuto do Ensino Particular e Cooperativo, que estabelece
princípios para promover a liberdade de escolha entre as escolas
públicas e as privadas.
Nuno Crato explicou que este
estatuto "ainda não é um diploma regulador", mas "institui
princípios a partir dos quais vão ser estabelecidos (...)
regulamentos e portarias que vão concretizar estes princípios ao
longo deste ano".
O ministro reforçou ainda que "a
decisão é da família e não do Estado", e sublinhou que "a liberdade
causa sempre polémica", quando questionado sobre se estava
preparado para as críticas.
Nuno Crato afirmou também que o
diploma aprovado em Conselho de Ministros "contribui para recentrar
o papel da responsabilidade central da educação nas famílias, chama
à intervenção a sociedade civil, abandona a preponderância absoluta
do papel do Estado e promove a autonomia e a descentralização".
O governante explicou ainda que,
com o novo estatuto, "o Estado não se restringe a apoiar turmas,
como existe neste momento com os contratos de associação, mas
também apoia alunos, o que abre um caminho mais direto a uma
liberdade de escolha e a uma concorrência entre escolas e entre
sistemas", público e privado.
O ministro garantiu que "a escola pública fica defendida" e "é
promovida uma maior autonomia".