Queijarias: Beja com patente
As águas residuais de queijarias podem deixar de
ser um problema para o meio ambiente devido à patente "Tratamento
de Águas Residuais da Indústria de Queijo, Mediante Processos em
Série de Precipitação Química, Neutralização Natural e
Biodegradação Aeróbia", que resulta de uma investigação
desenvolvida nos laboratórios da Escola Superior Agrária do
Politécnico de Beja
A patente resultou da tese de
doutoramento da antiga aluna da licenciatura de Engenharia do
Ambiente, Ana Rita Prazeres, em pareceria com a Universidade da
Extremadura, e orientada por Fátima Carvalho, que leciona no
Politécnico de Beja.
A água residual de queijarias
apresenta uma elevada carga orgânica, incluindo alto teor de
gorduras e salinidade muito elevadas. A sua composição é muito
variável e depende do leite utilizado, da quantidade de soro
valorizado, da quantidade de água utilizada na lavagem das
tubagens, instalações e equipamentos de fabrico. A quantidade de
água residual formada em média ronda os cinco litros por cada litro
e leite transformado e tem uma carga poluente até 30 vezes a da
água residual doméstica.
Atualmente os tratamentos existentes
não são eficazes para fazer face a esta elevada carga orgânica, o
que representa na maioria das vezes a sua descarga sem tratamento
prévio.
A investigação que deu origem à patente conduziu a resultados
que irão permitir resolver o problema ambiental. Com apenas um
reagente, um agitador e o CO2 do ar, é possível transformar as
queijarias em Sistemas de Descarga Zero, com produção de dois
subprodutos com mais- -valias: uma água tratada compatível com a
utilização em fertirrega e um corretivo agrícola rico em matéria
orgânica, fósforo e azoto. Água Tratada e corretivo agrícola
aumentam o valor nutritivo de tomate e alface. Ou pode ainda esta
água tratada ser descarregada no meio hídrico uma vez que o
tratamento viabiliza a aplicação dos tratamentos biológicos
convencionais.