Reitor da UBI quer uma região forte
"O
contributo da UBI para o desenvolvimento regional tem sido
frequentemente salientado, mas é altura de realçar também o outro
lado da relação, o papel que a região assume na vida e na afirmação
da universidade". As palavras são do novo reitor da Universidade da
Beira Interior, António Fidalgo e serviram de mote para um discurso
onde a importância da questão demográfica teve especial realce. "O
que a UBI precisa da região e, em particular, dos responsáveis
políticos, dos empresários e dos demais atores relevantes da
sociedade é que tudo façam para inverter a situação demográfica,
económica e cultural da região em que se encontra",
acrescentou.
António Fidalgo recordou o estudo
Demospin, elaborado por investigadores das Universidades de Aveiro,
Coimbra, UBI, e dos Institutos Politécnicos de Castelo Branco e
Leiria, financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia, o
qual será apresentado publicamente a 25 e 26 de outubro. Um estudo
que "mostra bem quão sombrios são os cenários demográficos e
económicos da Beira Interior. Se nada for feito para contrariar as
tendências atuais, se continuarmos como até aqui, em 2100 teremos
zonas do Interior, como a Beira Interior Norte, com um quarto da
população atual, e mesmo as zonas mais habitadas do corredor
urbano, servido por autoestrada e ferrovia, terão menos de 40% da
população atual, como a Cova da Beira", disse o novo reitor.
Perante o secretário de Estado do
Ensino Superior, António Fidalgo sublinhou a importância do ensino
superior na região. "A UBI, o IPG e o IPCB são veículos
privilegiados da ligação da região ao mundo, e, por isso, a
sustentabilidade económica e social da região depende em muito
deles. A saúde e o vigor destas instituições são fundamentais para
a viabilidade da região".
O novo reitor da UBI defende
entendimentos e parcerias entre as três instituições. Na sua
perspetiva "a UBI não pode comprometer-se seriamente com a região
sem uma estreita colaboração com os Institutos Politécnicos da
Guarda e de Castelo Branco. Há áreas em que nos complementamos e
áreas em que podemos reforçarmo-nos. Cabe-nos a nós, instituições
de ensino superior, a quem compete pautar-se pela racionalidade,
vencer preconceitos, dar as mãos e em colaboração com outras
entidades promover a recuperação do Interior".
António Fidalgo considera esse
entendimento ainda mais necessários, devido à reorganização da rede
do ensino superior a nível nacional, a qual está na ordem do dia.
"A evolução demográfica a isso obriga, e não podemos deixar de,
entre nós, debatermos as soluções que salvaguardem os interesses do
Interior e de, em conjunto, lutarmos por elas. O despacho
orientador de junho sobre a oferta formativa do ensino superior
criou as áreas de coordenação regional, sendo a nossa a que engloba
o IPCB, o IPG e a UBI".
Na hora de passar o testemunho, João
Queiroz, agradeceu a todos os que com ele colaboraram, à família,
desejando as maiores felicidades ao novo reitor. João Queiroz não
escondeu a satisfação "e o orgulho" que sentiu em ter desempenhado
a função de reitor. "Ao cessar esta fase dedicada à gestão e
governação da Universidade, importa recentrar a minha atividade em
dois dos seus pilares (...) o ensino e a investigação".
A cerimónia serviu também para empossar os Vice-Reitores Mário
Raposo, António Cardoso e Paulo Moniz (João Canavilhas, no
estrangeiro tomará posse mais tarde) e a Pró-Reitora, Isabel
Dias.