Estudar sai caro
700 euros não chegam para os livros
As contas em
vez de somar são de «sumir» e nalguns casos 700 euros não chegam
para a aquisição de manuais escolares e o restante material
necessário. Numa família que tenha dois filhos a estudar, um no
7º ano, e outro no
10º, são gastos só em livros
cerca de 540 euros (260, no 7º
ano + 280, no 10º).
"Esse valor pode ser até superior, pois as editoras lançaram também
outros conteúdos que podem ser adquiridos em separado", refere
Paula Ribeiro, da Livraria A Mar Arte. O preço desses conteúdos
pode significar cerca de mais 100 euros.
Mas voltando às contas daquela
família. Se aos 540 euros juntarmos os conteúdos extra, ficamos com
a soma em 640 euros. A este valor teremos que acrescentar todo o
restante material didático. É que cada um dos filhos necessita de
cadernos, de canetas, lápis, borracha e mochilas. Para aquele
material há várias opções. As grandes superfícies lançaram
campanhas, onde surgem os kits escolares económicos, onde é
possível adquirir uma mochila, oito esferográficas, quatro lápis,
tesoura, borrachas, estojo, dois tubos de cola e um apara lápis. A
conta subirá, porque são necessários cadernos e um não chega para
quem estuda a partir do 2
º ciclo. Aí é conveniente ter um
caderno para cada disciplina, pelo que há que multiplicar o valor
do caderno escolhido pelo número de disciplinas. Neste caso há
cadernos desde cerca de 1 euro até aos 4 euros.
É evidente que na entrada do novo
ano letivo todas as contas são preciosas, mas muitas vezes cede-se
à vontade dos filhos e em vez dos kits económicos a opção vai para
outros materiais. As mochilas podem chegar aos 50 euros. O mesmo
sucede com todo o restante material escolar que fora desses pacotes
económicos apresentam preços mais elevados.
Prosseguindo as contas da família
com os dois filhos, e tendo em consideração que são pelo menos
necessários em média 8 cadernos para cada um dos filhos, obtemos um
total de mais 46 euros, aos quais se juntará ainda o valor dos
lápis, canetas, borrachas e todo o outro material indispensável,
numa média de mais 10 euros.
A soma vai, portanto, em 746 euros
(640 euros de livros e conteúdos extra + 46 euros de cadernos +10
material diversos como canetas, borrachas etc + 50 euros das
mochilas). É óbvio que é possível fazer uma redução neste orçamento
se se optar exclusivamente pelos pacotes económicos (só aqui é
possível poupar 30 ou mais euros nas duas mochilas/troleys).
Aquele valor médio pode ainda ser
aumentado, caso sejam necessários noutros materiais didáticos, como
uma gramática (12 euros) e os dicionários de língua estrangeira (a
partir de 8 euros) e portuguesa (a partir de 5,31 euros), o que
aumentará a conta para 771,31 euros. Em suma, aquela família, que
possui dois filhos a estudar terá que desembolsar quase 800 euros
no início de setembro.
O setor da informática deve ser
tido em conta. Hoje em dia, muitos dos trabalhos escolares exigem
pesquisas na internet e até uma apresentação mais evoluída do que
os tradicionais manuscritos.
Ter um computador em casa acaba por
constituir uma necessidade e para muitas famílias o recurso ao
crédito é uma opção. Por exemplo um computador portátil razoável
poderá custar cerca de 400 euros.
A compra dos manuais escolares é
uma dor de cabeça para a maioria das famílias. Os livros variam
entre os 38 e os 50 euros (para os três livros do 1º ciclo), entre
os 130 e os 150 euros (para os livros obrigatórios do 2º ciclo),
entre os 190 e os 260 euros (para o 3º ciclo), entre os 200 e os
290 euros (para 10º e 11º anos) e os 130 euros (12º ano - aqui são
menos livros).