UBI abraça lusofonia
Okamba vai mais longe
A Universidade da Beira Interior (UBI), em
colaboração com o CIDB - Centro de Investigação e Desenvolvimento
da Beira, vai alargar o Projeto Querer e Fazer - Okamba a outros
dois países africanos, informou a instituição na sua página
oficial.
A iniciativa de cariz solidário e
pedagógico, que começou em São Tomé e Príncipe com estudantes de
cursos da Faculdade de Ciências da Saúde, abrangerá agora Angola e
a Guiné-Bissau, estando aberta à participação de alunos de todas as
áreas e de outras instituições de Ensino Superior nacional.
O Okamba - cujas inscrições
começaram segunda-feira, dia 5 de setembro e podem ser feitas
online -, dá aos participantes a oportunidade de conhecer outras
culturas e aplicar os seus conhecimentos no apoio ao
desenvolvimento de comunidades de Países Africanos de Língua
Oficial Portuguesa. Para a UBI, corporiza a ligação estreita que
mantém com o espaço lusófono e que ultrapassa a área académica.
Os estágios têm a duração de um mês
- ou mais tempo se os alunos o desejarem - e são supervisionados
por profissionais dos locais onde se deslocam. Em São Tomé e
Príncipe, por exemplo, onde os estudantes são integrados em
instituições do sistema de saúde, há um acompanhamento da parte de
clínicos formados em Portugal e que estão inscritos na Ordem dos
Médicos de Portugal.
Em Angola, o parceiro é o ISTM -
Instituto Superior Técnico Militar, que definirá as áreas de
conhecimento dos alunos que vão fazer parte do programa, enquanto
na Guiné-Bissau os estudantes têm o desafio de colaborar em várias
vertentes. O protocolo estabelecido recentemente com a Missão
Franciscana de Cumura prevê a realização de tarefas nas áreas da
saúde e educação.
A Missão dispõe de maternidade,
hospital, centro de saúde e uma escola com todos os níveis de
ensino. Uma das várias ideias existentes passa pela realização de
atividades onde se ensine o Português, num país onde impera o
crioulo, como forma de comunicação. De acordo com o também docente
da Faculdade de Ciências da Saúde, "abrirá horizontes aos
estudantes da Guiné-Bissau, que passam a ter conhecimento de uma
língua global".
O Okamba poderá dinamizar a ida de quase uma centena de
estudantes ao longo do próximo ano letivo. No caso de São Tomé e
Príncipe são garantidos pela UBI o alojamento na casa agora
remodelada (mediante um pagamento simbólico), o seguro e a garantia
de deslocação para o local de estágio. No caso de Angola e
Guiné-Bissau, também, a alimentação. Os estudantes têm de custear a
viagem e, se não forem estudantes das UBI, acresce o pagamento do
seguro.