Colégio de São Fiel não pode ficar esquecido
O livro "De Seminário para meninos órfãos de
ambos os sexos a Colégio de S. Fiel (1852-1910)", da autoria do
investigador Leonel Azevedo e que tem a chancela da RVJ Editores,
acaba de ser apresentado em Lisboa, na Fundação Calouste
Gulbenkian. A cerimónia voltou a sublinhar o papel importantíssimo
que o Colégio teve em Portugal e, como referiu o ex-ministro da
Educação, Eduardo Marçal Grilo, "não poder ficar
esquecido".
Na cerimónia ficou a
saber-se que a Câmara de Castelo Branco, com o Governo e a Turismo
Centro de Portugal estão a reavaliar o Colégio de São Fiel, situado
na Serra da Gardunha, na freguesia de Louriçal do Campo, para que o
mesmo possa vir a ser posto a concurso no âmbito do programa
Revive. Um programa através do qual o Estado disponibilizava aquele
imóvel para poder ser utilizado por privados para projetos
turísticos.
A necessidade de se
reavaliar o património resulta do facto de um violento incêndio o
ter consumido. "Estamos a olhar para o futuro e procurando fazer
algo de útil", disse, depois de recordar "a importância que o
Colégio de São Fiel teve na região e no país" e de ter referido que
"perante o incêndio daquelas dimensões nada podia ser
feito".
O livro foi apresentado dia 19 de setembro, numa
cerimónia que reuniu muitos amigos do Colégio de São Fiel, como o
ex-Presidente da República, Ramalho Eanes, o ex-ministro da
Educação, Eduardo Marçal Grilo (que apresentou a obra), o
embaixador Rui Gregório, o ex-presidente da Fundação Calouste
Gulbenkian, Rui Vilar, e o ex-presidente das câmaras de
Idanha-a-Nova e Castelo Branco, Joaquim Morão, entre outras
personalidades.
Na sessão, o atual
presidente da Fundação, Guilherme de Oliveira Martins, destacou a
importância "histórica do Colégio de São Fiel". Eduardo Marçal
Grilo, lembrou que este "é um livro livros", sublinhando que "O
Colégio é demasiado importante para ficar
esquecido".
Com a chancela da RVJ
Editores, o livro cumpre no entender de Eduardo Marçal Grilo,
"quatro objetivos principais: descreve a história do Colégio de S.
Fiel; dá-nos elementos de grande importância para a história da
educação dos jesuítas em Portugal; contribui para a história do
ensino dos jesuítas em Portugal; e abre-nos o espírito para outros
livros e outras leituras". Sobre o Colégio, e o que a obra retrata,
Eduardo Marçal Grilo destacou também a qualidade intelectual e
humana do seu corpo docente.
O livro, que surge ao público com o alto
patrocínio da Câmara de Castelo Branco, constitui uma aturada
investigação de Leonel Azevedo, tem um total de 480 páginas
impressas a cores, e apresenta ainda dois encartes também impressos
a cores. O autor sublinhou também o apoio da Fundação Calouste
Gulbenkian, e lembrou que com esta edição, "abriram-se muitas
pistas", e que há muitos "fundos para investigar quer em Portugal,
quer no estrangeiro". Leonel Azevedo recordou o desafio que lhe foi
lançado pelo Grupo de Amigos de São Fiel para esta investigação,
lembrando que a mesma teve início durante a presidência de Joaquim
Morão na autarquia albicastrense. Em 2018, o autor pretende lançar
o segundo volume da obra.