Gente e Livros: Maria Velho da Costa
Prémio
Camões 2002, Maria Velho da Costa (n. 1938) é uma escritora
portuguesa, licenciada em Filologia Germânica pela Universidade de
Lisboa e com o curso de Grupo-Análise da Sociedade Portuguesa de
Neurologia e Psiquiatria.
Foi presidente da Associação
Portuguesa de Escritores e dirigiu a revista literária Loreto 13
(1978-1988). Lecionou em Londres, entre 1980 e 1987, e foi ainda
adida cultural da Embaixada de Portugal em Cabo Verde, entre 1988 e
1990, de acordo com a sua biografia na Infopédia.
Destacando-se, em 1969, com o
romance "Maina Mendes", tornou-se mais conhecida depois da polémica
em torno das "Novas Cartas Portuguesas" (1972), obra em que se
manifesta uma aberta oposição aos valores femininos tradicionais.
Esta publicação claramente antifascista e altamente provocatória
para o regime, levou as suas três autoras a tribunal, tendo o 25 de
Abril interrompido as sanções a que estavam sujeitas as denominadas
Três Marias: Maria Velho da Costa, Maria Teresa Horta e Maria
Isabel Barreno.
A escrita de Maria Velho da Costa
situa-se numa linha de experimentalismo linguístico que viria a
renovar a literatura portuguesa nos anos 60.
É autora, entre outras obras, de "O
Lugar Comum" (1966), "Maina Mendes" (1969), "Novas Cartas
Portuguesas" (1972), escrito a três mãos, "Casas Pardas" (1977),
"Lucialima" (1983), "Missa in Albis" (1988), "Dores" (1994), a peça
de teatro "Madame", a partir de Eça de Queirós e Machado de Assis,
um êxito retumbante de palco, interpretado por Eunice Muñoz e Eva
Wilma, "Irene ou o Contrato Social" (2000), "O Livro do Meio - com
Armindo Silva Carvalho (2006), "Myra" (2008) e "O Amante do Crato"
(2012).
Maria Velho da Costa foi premiada
entre outras distinções, com o Prémio Cidade de Lisboa, pelo
romance "Casa Pardas", com o Prémio D. Dinis, por "Lucialima" e com
o Prémio de Novela e Romance da APE, pelo romance "Irene ou o
Contrato Social".
Em 1997 foi-lhe atribuído o Prémio
Vergílio Ferreira pelo conjunto da sua obra. Em 2002 foi
distinguida com o Prémio Camões.