Minho testa medicamentos contra o cancro colorretal
Uma equipa do Grupo de
Investigação 3B's da Universidade do Minho, em colaboração com a
Universidade de Maastricht (Holanda), desenvolveu uma plataforma 3D
que monitoriza em tempo real o destino de nanopartículas carregadas
com drogas anticancerígenas e o seu efeito nas células de cancro
colorretal.
O trabalho, publicado na revista 'Science Advances',
envolve os investigadores Rui L. Reis, Miguel Oliveira e a aluna de
doutoramento Mariana Carvalho. O projeto é considerado "um avanço
importante no uso da nanomedicina de precisão para o tratamento
personalizado do cancro colorretal".
O cancro do cólon e reto é o terceiro mais comum no mundo,
após o cancro do pulmão e da mama, retirando a vida a quase 900.000
pessoas por ano, incluindo 4000 portugueses. Este ano vai ser a
doença oncológica com mais novos casos (cerca de 10.000) no país,
segundo a Agência Internacional para a Investigação do Cancro.
Torna-se, por isso, urgente descobrir drogas neste âmbito e
testá-las em modelos 3D semelhantes ao corpo humano, para aumentar
o sucesso dos ensaios terapêuticos.
No Grupo 3B's, a nova plataforma 3D consiste numa espécie
de chip biológico, análogo ao chip de computador, que inclui
microdispositivos para realizar análises químicas complexas quando
as nanopartículas libertam fármacos de forma controlada. Na
prática, é possível avaliar logo o efeito dessas nanopartículas
carregadas com drogas quimioterapêuticas, que vão atravessando em
líquido, lenta e continuamente, os tecidos cancerígenos e
vasculares, explica Miguel Oliveira, autor principal do estudo e a
trabalhar no I3Bs - Instituto de Biomateriais, Biomiméticos e
Biodegradáveis da UMinho, situado no AvePark, em
Guimarães.