Centro de investigação
UBI exige verbas
A cerimónia da
assinatura entre o Governo e as universidades da Beira Interior
(UBI), Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) e de Évora, para a
criação de três centros de investigação, esteve marcada para a
reitoria da UBI, mas à última hora foi alterada para Coimbra.
É que ao contrário do que sucedia
com os outros protocolos, onde estava especificada a verba de 1,5
milhões de euros para cada um dos projetos, no caso da UBI não
aparecia valor algum. António Fidalgo, reitor da UBI, na véspera da
assinatura dos acordos questionou a tutela e a Comissão de
Coordenação e Desenvolvimento Regional da Região Centro (CCDRC),
exigindo que à semelhança dos memorandos das outras universidades
esse ponto fosse acrescentado. Não havendo alteração recusou-se a
assinar o documento.
A resposta da tutela, em vez de
manter a cerimónia na Covilhã, onde poderia justificar o assunto,
foi transferir a sessão para Coimbra. Assim, à mesma hora que, na
passada sexta-feira, os reitores das universidades de Évora e da
UTAD assinavam perante os ministros da Educação (Nuno Crato) e do
Desenvolvimento Regional (Poiares Maduro) os memorandos, António
Fidalgo explicava aos seus pares a sua decisão.
"A razão invocada é que não havia
verbas disponíveis para financiar nesse montante o projeto.
Naturalmente que haveria da parte da CCDRC a intenção de honrar o
entendimento, mas sem se comprometer com as quantias com que as
outras CCDR's se comprometeram", começa por explicar António
Fidalgo.
O reitor da UBI adianta que "não me
sentiria confortável em assinar um memorando de entendimento, onde
da parte da entidade financiadora não ficasse assente a definição
do compromisso financeiro".
António Fidalgo falava aos
jornalistas depois de ter lido à comunidade académica o memorando
de entendimento proposto à UBI, o qual ao contrário do que sucedia
com o das outras duas instituições, não tinha qualquer alínea
referente às verbas afetas ao projeto.
No entender de António Fidalgo
houve alguma "falta de coordenação entre o ministro e a própria
CCDRC neste ponto. Quem coordenou o projeto foi o ministério, e não
faz sentido termos chegado a um ponto em que há uma cerimónia
agendada que fazia todo o sentido ser na UBI e agora temos apenas
duas CCDR's a assinar protocolos com as respetivas universidades,
mas em Coimbra".
A UBI avançou com o Centro de
Competências em Cloud Computing e Saúde, o qual ficará sedeado no
UBIMedical, estrutura que entrou em funcionamento este ano para
acolher laboratórios de investigação e novas empresas na área da
saúde.
Já à hora de fecho desta edição do
Ensino Magazine, o reitor da UBI confirmou que o protocolo poderá
ser assinado em breve, fruto das várias reuniões que tem mantido
com a CCDRC.
No site oficial da universidade é
referido que a "UBI, já está a trabalhar com a PT desde o ano
passado em áreas que são similares às do futuro Centro de
Competências, e apoia-se na importância que a formação nas áreas da
informática e medicina têm na instituição bem como na proximidade
do Data Center da PT da Covilhã. Além disso, tem sido constante a
cooperação com empresas localizadas na região ligadas às novas
tecnologias de comunicação e informação, de que são exemplo a
Altran e a OutSystems".