Politécnico

38º aniversário
IPCB quer ser universidade

fernandes.jpgO presidente do Instituto Politécnico de Castelo Branco considera que a mudança de nome dos politécnicos para universidades politécnicas é algo que deve ser concretizado. António Fernandes aproveitou a sessão solene do 38º aniversário da instituição para se referir a essa questão, ficando no ar a "desejada" mudança para Universidade Politécnica de Castelo Branco. A cerimónia decorreu a 29 de outubro, um dia depois da data oficial que este coincidiu com um domingo.
Citando no seu discurso o presidente do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos e presidente do Politécnico de Setúbal, Pedro Dominguinhos, António Fernandes referiu: "a denominação dos Politécnicos deve ser repensada. Mantendo o sistema binário, deve alterar-se a denominação para Universidades Politécnicas. Universidade por ser uma denominação global comummente aceite pela sociedade que facilita a identificação a nível internacional e permite eliminar o estigma social existente. Eu acrescento, ainda algum estigma social existente. Politécnico por permitir a diferenciação e continuidade de um sistema com 40 anos de existência".
O presidente do IPCB considerou que a atribuição do grau de doutoramentos por parte dos politécnicos é uma oportunidade que deve ser aproveitada. No caso do IPCB, salientou as seis unidades de investigação criadas, as quais com a investigação produzida serão determinantes para que venham a ser ministrados doutoramentos na instituição.
"A acreditação de ciclos de estudos conducentes ao grau de doutor depende da existência de ambientes próprios de investigação de elevada qualidade, designadamente considerando os resultados da avaliação das unidades de I&D, regularmente realizada pela Fundação para a Ciência e Tecnologia, e a integração alargada dos docentes desse ciclo de estudos em unidades com classificação mínima de Muito Bom na área científica correspondente. A atribuição do grau de doutor deixa assim de estar dependente do subsistema a que pertence a instituição. Deixa de ser um impedimento legal e passa a depender de um conjunto de critérios objetivos que são iguais para universidades e politécnicos. (…) Mas, alcançar este objetivo obriga a uma mudança legislativa na Lei de Bases do Sistema Educativo e no Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior", explicou.
Para António Fernandes, "esta evolução do IPCB para um nível organizacional científico-tecnológico que estimula os valores intrínsecos das atividades de investigação terá forte impacto na Instituição permitindo a criação de grupos fortes de investigação que diferenciam a instituição em termos de oferta formativa e de onde programas de doutoramento podem emergir, focados na inovação e criação de novas soluções em plena interface com o tecido organizacional, tanto empresarial como institucional".
Nesta matéria, o presidente do IPCB destacou também o imenso capital humano do Politécnico, o que me permite "afirmar que seremos capazes de, com visão e estratégia, saber aproveitar as oportunidades futuras ao nível do ensino, da investigação, da prestação de serviços bem como no quadro das artes, da cultura, do desporto, da tecnologia ou do pensamento".
O presidente do Politécnico aproveitou a oportunidade para enumerar os desafios que se colocam ao IPCB. António Fernandes destacou três que considera principais, a saber: "sustentabilidade demográfica; sustentabilidade financeira; e ajuste de escala".
António Fernandes diz estar "fortemente apostado no absoluto rigor financeiro do IPCB. Uma das primeiras prioridades é equilibrarmos financeiramente a instituição. Tomámos algumas medidas. Algumas difíceis. Pouco populares. Mas estamos convictos que é assim que deve ser e é assim que tem que ser. Temos uma estrutura organizacional pesada que implica custos fixos elevados e níveis de eficiência com potencial de melhoria".
O presidente do IPCB diz que a "reorganização do IPCB merece ampla discussão. Sinto inclusivamente que as pessoas têm vontade de participar nesse processo de reconstrução. A designação das Escolas, as formações ministradas, a complementaridade entre Escolas e as diferenças existentes na faixa etária do corpo docente, nas necessidades de contratação, no número de alunos, na atratividade dos cursos, são, entre outros, fatores que exigem debate".

 



 
 
 
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